Em poucas palavras, a tecnologia da blockchain permite que duas pessoas façam transações diretas, sem a participação de terceiros, por meio de códigos que são gerados e compreendidos apenas entre os computadores do emissor e do receptor das mensagens. É mais uma tecnologia disruptiva – ou seja, que altera totalmente uma indústria estabelecida, como ocorreu com a foto digital que aposentou câmeras e filmes, e com as novas mídias que colocaram em cheque a imprensa tradicional. A principal indústria que já está sendo atingida pelo blockchain é a financeira – a maneira como fazemos negócios irá mudar radicalmente nos próximos anos. Todos os setores, no entanto, serão afetados no médio prazo.

O mercado de locação de automóveis poderá ser aprimorado em vários aspectos por essa nova tecnologia. Estes são alguns dos efeitos esperados:

– O rastreamento de automóveis será facilitado pela incorporação de plataformas blockchain ao sistema DMS (Dealer Management System), garantindo mais segurança e transparência na comunicação de roubos;

– A análise de dados ficará mais precisa, permitindo detalhar os desejos dos consumidores;

– Os fabricantes de peças originais (conhecidos pela sigla OEM) poderão criar cadeias especiais de blockchain para cada parte do carro, facilitando a investigação em caso de acidente ou falha – e, consequentemente, agilizando reembolsos das seguradoras;

– O compartilhamento de automóveis será facilitado com o desenvolvimento de plataformas independentes de um controle central (como um aplicativo).

Várias montadoras, entre elas a Toyota, a Renault e a Daimler AG, têm parcerias ativas com provedores de serviços financeiros que utilizam blockchain. O mais conhecido deles nessa indústria é o R3 CEV Consortium que, por enquanto, trabalha no desenvolvimento de soluções de pagamento e financiamento de carros. Mas isso é só começo.